Caracterização Económica
O desenvolvimento de um país, concelho, depende em grande escala da sua estrutura económica. Uma economia local e dinâmica, é geradora de emprego e riqueza, promovendo igualmente o desenvolvimento social do Concelho de Cuba.
A actividade económica com maior tradição é a agricultura, que apresenta um progresso tecnológico relativo. Devido a este progresso e às imposições económicas de grande escala, tem-se observado, neste concelho, uma diminuição dos postos de trabalho no sector primário, que se reflecte nos dados estatísticos (Censos 2001).
No âmbito do sector primário, constata-se que este emprega um maior número de pessoas do sexo masculino, atendendo à sazonalidade dos trabalhos agrícolas, é muito variável ao longo dos anos, estando-lhe necessariamente associada a precariedade de emprego. Acresce ainda a componente de mecanização de trabalhos agrícolas que tem contribuído para uma cada vez menor necessidade de contratação de mão-de-obra. Por outro lado, a relação desfavorável entre rentabilidade de algumas produções e o custo de mão-de-obra também tem contribuído para a redução de efectivos agrícolas.
A agricultura, tem sido desde sempre a grande actividade económica da população do concelho de Cuba, mas a crise no sector agrícola tem vindo a diminuir o número de pessoas que se dedicam a esta actividade. Em 1981, os trabalhadores agrícolas representavam 35,8% da população activa, enquanto que em 1991, só representavam 22,9% e em 2001 representavam 14,42%.
A superfície agrícola utilizada (SAU) abrange cerca de 78% do território, (13.500 ha) de superfície agrícola utilizada, do qual apenas 8% é arrendado. Os terrenos são na sua maioria aproveitados (apenas 1% da superfície agrícola não é utilizada). A diminuição de mão-de-obra exigida pelo sector agrícola, levou a um aumento do desemprego neste concelho.
A principal cultura são os cereais para grão, como o trigo, cevada e aveia, ocupando 31,7% da superfície agrícola total. Os prados e pastagens permanentes ocupam também uma área significativa. As culturas industriais (Girassol, Algodão, Linho Têxtil, Soja, Plantas aromáticas entre outros) são também relevantes em termos de ocupação de solo, sendo a cultura do girassol, a que tem maior presença no concelho. Culturas permanentes, como o olival e a vinha, têm ainda alguma representatividade. Com menor expressão surgem as culturas hortícolas (0,5% da área agrícola total), as leguminosas secas para grão, os frutos frescos e citrinos, e as hortas familiares (0,1% da área total).
O sector industrial compõe-se de pequenas unidades familiares da área do calçado, carpintaria, serralharia civil e produtos alimentares, que ocupavam em 1991, 23,13% da população activa e em 2001, 23,22%. O número de trabalhadores neste sector pouco se alterou desde os censos de 1991. Existem também um conjunto de pequenas unidades de produção/transformação especificamente relacionadas com o pão, doçaria, bolos, queijos, vinhos, entre outros, que apesar da sua baixa empregabilidade, não deixam de desempenhar um papel importante ao nível do emprego, principalmente se atendermos ao facto de se tratar exclusivamente da população residente no concelho.
Poder-se-á afirmar, que as indústrias agro-alimentares, mais especificamente as do pão, queijos e bolos, embora se caracterizem por unidades de pequena escala e de estrutura familiar, assumem-se como componentes da economia local, pois existem, em todo o concelho, 5 unidades de fabrico de bolos, 4 queijarias e 8 unidades de panificação.
O sector terciário, que em 1991 ocupava 53,9% da população activa, aumentou a sua taxa de ocupação para 63,35% em 2001. Os principais empregadores neste sector e sem actividade económica no concelho de Cuba são: a Câmara Municipal, IPSS e os estabelecimentos de ensino; com menor relevância podemos ainda referir o pequeno comércio e a restauração.
A nível do comércio, restauração e hotelaria, os estabelecimentos existentes são em termos genéricos, de pequena dimensão e apresentam um baixo número de empregados ou mesmo a sua inexistência. Não deixam contudo de contribuir para a dinamização do mercado de trabalho, sendo de destacar a sua importância em termos de trabalho feminino. Constata-se que um número significativo destes estabelecimentos, de âmbito familiar, é gerido por mulheres, constituindo, assim uma oportunidade de trabalho, num território onde os homens têm tendencialmente, uma maior facilidade de empregabilidade, quer pela existência de trabalhos mais direccionados para a população masculina, quer pela sua maior disponibilidade de deslocação relacionada nomeadamente, com o menor impedimento familiar, pois o acompanhamento dos filhos constitui, ainda em muitos casos, uma função da responsabilidade da mulher.
Caracterização Social
A realidade da população de Cuba não difere muito da realidade do Alentejo, sendo que a sua tendência é para diminuir e envelhecer. De acordo com os Censos de 2001, a sua população residente é de 4994 habitantes, distribuídos pelas quatro freguesias, sendo a densidade populacional de 29 hab/km2.
Da evolução da população do concelho nos últimos dez anos, correspondentes aos censos de 1991 e 2001, verifica-se que na década de 1991 a 2001, houve um decréscimo na população residente tanto no sexo feminino como no sexo masculino, quer na sede de concelho como nas respectivas freguesias, sendo Vila Ruiva a freguesia que perdeu maior número de residentes.
Na realidade, durante esta década houve uma perda de cerca de 9,1% da população, correspondendo a uma perda de 500 habitantes em termos absolutos. Considerando as várias freguesias, é em Cuba onde se verifica a maior perda populacional (304 habitantes). Curiosamente, a freguesia de Vila Ruiva perdeu de forma significativa a sua população feminina (61 mulheres num total de 81 habitantes), assim (como se pode verificar) em Faro do Alentejo (27 mulheres num total de 43 habitantes), ao contrário das restantes freguesias em que a maior perda se verifica no sexo masculino, nomeadamente em Cuba (181 homens em 304 habitantes) e Vila Alva (59 homens dos 72 habitantes). No universo da população residente no concelho de Cuba, o número de mulheres é superior ao número de homens, com menor diferença em Vila Ruiva.
Ainda no que respeita ao universo populacional do concelho, verifica-se que a diferença entre homens e mulheres se tem acentuado na última década, pois em 1991 havia uma diferença de 1,6% e em 2001 essa diferença é de 2,8%. Outra característica demográfica do concelho de Cuba é quanto à densidade populacional, verificando-se que 62,6% da população encontra-se concentrada na freguesia de Cuba, sede de concelho, enquanto que apenas 37,4% se repartem pelas restantes 3 freguesias.
No que respeita à estrutura etária do concelho, apresenta uma predominância do grupo etário entre os 25 e os 65 anos (população activa), em cerca de 50% em quase todas as freguesias, seguindo-se o grupo etário dos 65 e mais anos, sendo Vila Ruiva que apresenta maior número de idosos (30,9%). O grupo etário dos 0 aos 14 anos é o que se faz representar em 3º lugar, com as freguesias de Faro do Alentejo e Vila Alva a ter a maior percentagem de crianças (16,6%).
Ainda assim, e em comparação entre os Censos 1991 / 2001, verificamos que o peso relativo ao grupo etário das crianças na população total tem diminuído (de 17,01% para 14,01%) e o peso do grupo etário dos idosos tem aumentado (de 22, 49% para 25,05%). De 1991 a 2001, o grupo etário dos 0 - 14 anos teve um crescimento negativo de - 25,13%; o grupo dos 15 - 24 anos de -6,06%; o grupo dos 25 - 64 anos de - 9,90% e o grupo dos 65 e mais anos, teve um crescimento positivo de 3,07%. Verifica-se um envelhecimento demográfico da população, sendo previsível a tendência para o aumento do número de idosos no concelho.
Recorrendo à análise dos indicadores demográficos, deparamo-nos com uma taxa de envelhecimento de 182%, significando que para cada 100 crianças existem 182 idosos e verificamos também uma taxa de mortalidade superior à taxa de natalidade em 7,4%, sendo que em cada 1000 residentes houve cerca de 11 nascimentos e 19 óbitos.
Se compararmos o índice de envelhecimento, e segundo os dados fornecidos pelos Censos, houve um crescimento significativo nesta última década, pois em 1991 este índice era de 132% e em 2001 passou para 182%. Sem dúvida, que outra das causas desta perda populacional é a baixa taxa de natalidade que, com a elevada taxa de mortalidade, leva a uma taxa de crescimento natural negativa.
Temos um gradual agravamento da realidade demográfica desta região do Alentejo, pois se em 1997 tínhamos uma taxa de natalidade de 7,9%o e uma taxa de mortalidade de 17,1%, significando que, por cada 1000 residentes, houve cerca de 8 nascimentos e 17 óbitos, deparando-nos com uma taxa de crescimento natural de -9,2%.
Em 2001 houve um aumento em termos de taxa de natalidade, aumentando um pouco a taxa de crescimento natural, contudo este factor agravou-se no ano de 2002, elevando a taxa de crescimento natural para -11,4%º. Relativamente aos índices de dependência, verifica-se que o índice de dependência total apresenta valores muito elevados, 65,36%, com um peso maior do índice de dependência de idosos (42,18% contra 23,17% do índice de dependência de jovens), denotando uma população envelhecida. Sendo que o índice de envelhecimento em 1991 era de 132,2%, e em 2001 aumentou para 182,0%.
Com base nestes indicadores é de prever que as tendências de diminuição e envelhecimento da população se irão manter no futuro. Esta tendência generalizada do envelhecimento da população verifica-se em todas as sociedades modernas.
Fazendo a análise da década, houve um decréscimo significativo quanto ao nível de analfabetismo na década de 1991 a 2001, sendo que em 1991 tínhamos 24,5% da população sem qualquer nível de instrução e em 2001, apenas 18,2%. Ainda que este valor seja preocupante, a sua diminuição é considerável. Salienta-se ainda que houve um aumento da instrução da população do concelho, como se pode verificar ao analisar os dados relativos aos anos de 1991 e 2001.
No concelho de Cuba predominam as famílias clássicas constituídas por dois residentes - 562, das quais 325 se localizam na sede de concelho. Ainda assim também existem bastantes famílias com três (390) e um (325) residente, sendo que, das freguesias a que se destaca é a de Vila Ruiva. Faro do Alentejo sendo a freguesia que contem menor número de famílias clássicas, é aquela que tem maior número de famílias com mais de cinco residentes.
Segundo os dados, podemos verificar uma perda do número de famílias em todas as freguesias, ou seja, de 166 famílias no período de dez anos. Além da localidade de Cuba, que perdeu 53 famílias, a freguesia que mais sentiu esta situação foi Vila Alva com menos 46 famílias em 2001, relativamente a 1991. Contudo, contrariamente à informação estatística, e de acordo com o testemunho dos parceiros envolvidos, assistiu-se a um aumento a nível de famílias residentes, nestes últimos dois anos, na sede de concelho, o que se confirma pelo aumento da população escolar na sede de concelho (contrariamente às freguesias). Este aumento de residentes, deve-se ao desenvolvimento do parque habitacional da Vila de Cuba e ao facto de muitas famílias das localidades circundantes terem optado por adquirir a sua habitação nesta localidade.