
Faz hoje precisamente um ano que que o Comité para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da UNESCO aprovou a inscrição do Cante Alentejano na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade. Em Cuba, assinalamos a data recordando o vídeo (ver aqui) também lançado há um ano pelo Município, como homenagem ao Cante de Cuba e aos seus embaixadores: os Grupos Corais do Concelho.
Por cá, dizemo-nos “Catedral do Cante” não com uma postura altiva de quem acha que canta mais ou melhor, mas com a postura de quem aceita o Cante como herança e com a “crença” de quem tem o Cante como experiência quase religiosa, libertadora até. O Cante é uma das nossas manifestações culturais mais importantes – só no concelho de Cuba existem nove grupos corais em atividade (um dos quais assinalou já o seu 81º aniversário) e perdura a memória de tantos outros que cessaram, bem como a dos seus cantadores.
Da parte da autarquia, recordamos que no ano passado foi adotada, como marca concelhia, a expressão "Catedral do Cante", que configura um dos eixos estratégicos para a projeção do concelho no País e no Mundo. Foi a partir da criação desta marca que se desenvolveram uma série de iniciativas que visaram reforçá-la, onde se inclui o ensino do Cante Alentejano nas escolas do concelho, a realização de um vídeo promocional dos grupos corais do concelho, a distinção do Cante Alentejano nos grandes eventos culturais e a dinamização das tabernas e adegas típicas, verdadeiras Catedrais do Cante Alentejano espontâneo.
Em Cuba, o Cante continua a ser espontâneo, surge naturalmente entre “larachas” nos balcões das tascas, nas esquinas, nos petiscos e é cada vez mais transversal a todas idades – veja-se a recente criação de dois grupos corais compostos só por jovens. O Cante é – e continuará a ser – um traço identitário e diferenciador para o povo de Cuba.
Viva o Cante Alentejano e um bem-haja, em particular, aos "embaixadores" cubenses que têm levado esta forma de expressão tão única de norte a sul do país e tantas vezes além fronteiras.